O guarda-chuva.

A menina observava atentamente aos movimentos da mulher.

Assustou-se então com o medo da mulher do vento que levou o seu guarda-chuva em pleno verão.

A mulher sabia que precisaria do guarda-chuva e embora soubesse que seria fácil conseguir outro, sua insegurança cresceu exageradamente ao se dar conta da preocupação de sua menina.

Menina e mulher ao invés de correrem para pegar o bem que ainda estava perto, abraçaram-se involuntariamente na tentativa de criar confiança onde no momento só existia imobilização.

O relógio trabalhava quase gritando em seus avisos silenciosos de que seus segundos não comportariam o tempo de regeneração sentimental.

A mulher tinha muitas e acumuladas obrigações, mas nenhum estímulo prático para o início do desenrolar dos eventos.

Para ela, só existiam as palavras que refletiam a cor da noite.

Mesmo sentindo a impaciência de suas redundâncias, seu comando neuronal ativou então o sono, o famoso estágio escondedor de verdades e exposições.

"Adormece angústia, pois o tempo não pára e logo mais as obrigações te estapearão!"

Repetindo para si tal tantra, aconchegou sua menina no colo e decidiu pelo descanso temporário de sua mente hiperativa.

Angela MT Melo
Enviado por Angela MT Melo em 05/12/2012
Reeditado em 05/12/2012
Código do texto: T4020866
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