Nosso paraíso

Um dia imaginei minha vida como uma brincadeira de criança

Como se eu, liberto dos anseios da vida adulta,

Estivesse eternamente a brincar

Brincar como se não houvesse amanhã

Brincar de desbravar o mundo

De conhecer gente

Gente feita de gente.

Essa minha vida imaginada

Era só minha

E de todo mundo

Por que nessa vida

Não havia eu

Nem você

Só nós

E nossa brincadeira sem fim.

Era só minha? Era só nossa?

E quem disse

Que para a criança

Existe o tempo?

Quem disse

Que para brincar

Existe ontem ou amanhã?

É um presente

Dávida de Deus

Poder brincar de viver

Pegar uma plantinha

Achar nela uma joaninha

E com ela voar.

Subir no tronco da árvore

E observar o horizonte

Imaginando

Quem foi a mão que o pintou

E reconhecer que mesmo sem saber quem é

Foi um grande pintor.

Olhar para o céu

Onde o sol quentinho relaxa

Espalhando luz e calor sobre os gramados

Animando os passarinhos que voam fascinados

Cantando a melodia de suas almas.

E nas nuvens se condensam formas

Oh, um delicioso sorvete!

Oh, um duende narigudo!

Ah, não, é um cachorro com focinho gigante

Nem é, é uma arvore falante

E um riacho adiante

Com peixinhos sorridentes.

Olha aquele riacho, vamos nadar

E num instante começa a molhadeira

Depois da estrepolia se sentam na beira

E os girinos circundam seus pés.

O ar se enche de aleluias

Quem flutuam com tranquilidade

Quem pegar aquela vai ter sorte

É verdade!

Só se correr

Pegará aquele coelho bobão

O orelhudo que come cenoura

Morde um dedo da mão.

E o cachorro corre atrás do galho

Balança seu rabinho sem parar

Vai e volta, volta e vai.

As galinhas cacarejam nervosas

Quando delas corre atrás

O pintinho capturado pia alucinado

A mãe fica brava

E logo bica

Faz um escândalo

Tá bem senhora galinha

Só achei seu filhinho fofinho

Toma ele de volta.

O porco mal cheiroso

Acaba virando um cavalinho mágico

E relincha estrondoso

Com seu cavaleiro abobado.

Vem o entardecer

E os grilhos começam sua sinfonia

Um coro de alegria

A noite reina.

Sem mais nuvens lá em cima

Pontos brilhantes se multiplicam

Olha a lua tão tranquilo

E adormece ao lado do bezerro bebezinho.

A joaninha vigia

Seu sono gostoso que não tem sonhos

Por que nesse lugar

A gente sonha acordado.

Will Stella
Enviado por Will Stella em 12/11/2012
Reeditado em 13/11/2012
Código do texto: T3982694
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