A CONJUNTURA E A PROSA DA CRISE III

A CONJUNTURA E A PROSA DA CRISE III

(Síntese construída durante a análise de conjuntura facilitada por Vanderleia Pulga, no III Seminário da ANEPS – Articulação Nacional de Práticas Educativas na Saúde, Brasília-DF, em 05/11/12 – Por Elias José da Silva)

Três elementos de trás pra frente e de frente pra trás

Invasões e dominações que no curso da história mudam de forma

O tempo de agora com sua realidade guarda vínculo com as realidades de outrora...

Dominação das dominações! Não dá pra fazer de conta que a sociedade é livre, que as fronteiras não existem e que tudo caminha muito bem... Há, vai me dizer que não existem muitas barreiras e muitas atrocidades logo aí além!

E o que dizer para que os movimentos não pereçam amordaçados, calados e sem mobilidade? Há que se dizer que é preciso seguir lutando, seguir amando e não se deixar como que “num faz de conta que luta”, que mobiliza, que organiza... Preso ou acomodado nas migalhas do poder!

Avanços podem-se reconhecer! Avanços podem se mensurar como conquistas populares! Reconhecer é atitude de honestidade histórica. Mas também se deve avançar no reconhecimento de que os desafios a nossa frente são gigantescos... É só olhar para o que estão fazendo com nossos povos indígenas e das florestas... Com nossas matas e mananciais em tempos de dominação do “deus mercado” predador voraz e insano...

Não é pra se comemorar nem fazer festa... Mas não se pode jogar na lata do lixo conquistas sociais forjadas na luta do povo. Nem tudo está perdido! Nem tudo está dominado! Apesar de que os avanços e políticas em vista das iniquidades históricas são sempre aquém da realidade e dos resultados enunciados...

O Estado é burguês? A cultura é burguesa?

E o que somos nós? O que são vocês?

É possível ser educador popular burguês?

Tem por aqui, há por aí educação popular burguesa?

Uma crise e outra crise segue o mundo nesta procissão... E os movimentos sociais, quais caminhos de superação?

Na conjuntura, com o cenário mundial que desponta, não há transformações que estejam prontas... Que estejamos prontos para lutar, para enfrentar, para reagir, como forma de dar sentido ao nosso viver em comunidade!

Mesmo em situação de avanços políticos e sociais, os movimentos não podem ficar em estado contemplativo. É preciso abrir trincheiras, abrir porteiras, derrubar cercas e fazer novos caminhos de mudança... Pois não dá pra fazer de conta que as coisas mudam sem o agir coletivo e sem o reagir decisivo e determinante dos povos em movimento!