ÔMEGA

Foi preciso tomar o vento

Sair à noite e parar o tempo

Olhar o céu,sentir o silêncio,a estrela companheira

Foi preciso sair e ouvir bem longe

A voz acordando a alma, inquietando a calma

E,o desatino de estar só.

De repente ir e vir de ondas revoltas

Um voo trêmulo que faz lembrar

O choro místico,a reza, o calçadão

O olhar perdido na multidão

Não saber a hora certa do encontro

Criador e criatura.

E, no espaço,no vento,na lua

Retornar à promessa,à criação

Conduzindo o Zé como um dragão

Que engole a terra,o corpo,o vento,o espaço.

Foi preciso olhar a lua com um olhar incerto

Tentar atingir o céu,desviando da realidade tua

E,agora,permanecer,lutar ou partir?

Como resposta um eco de interrogações

No teu deserto se povoou

É o sabor do pão,da matéria,é hora de decidir

E,agora,Zé,pra onde ir?

Findou a tua lua,teu olhar para o infinito se apagou

Teu engano seduziu-te,teu encantamento passou

A boca do tempo esfomeada te espera

É chegada a tua hora,uma estrela companheira te conduz

Longe,muito longe,uma luz desconhecida te espera

É o brilho do teu fim,é o troféu da tua travessia

E,agora,Zé, para onde vais?

Ah! não te aflijas tanto assim,passa pelo caminho

Pela rua,entra pelo espaço adentro

Canta tua canção,sem rima,sem métrica,sem lua

O vento vai te ajudar,o silêncio vai te conduzir

O caminho vai te abrir a porta para o criador.

Vai,vai Zé,vai

Deixa tudo que não era mesmo teu

Só não deixa o teu sonho,a tua alma,o teu céu

Descansa em paz,amém!

Mariluz
Enviado por Mariluz em 06/06/2012
Reeditado em 06/06/2012
Código do texto: T3708630
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