COISAS QUE NÃO SE ESQUECE


Um dia o papai Noel
Que quase nunca esquece ninguém,
Quase! Porque é isso mesmo;
Nem todas as crianças ganham presentes...
Sabe por quê? – Há tanta criança pobre,
Daquelas tão pobrezinhas que nem esperanças tem;
É isso é verdade!
Uma vez, num certo natal, um casal,
Com quatro filhos, sendo dois pequenininhos,
E os outros dois já sabiam que há um papai Noel,
E que bem em todo natal
Enche o saco, de presente e quando dá meia noite,
Desce pela chaminé...
Só que nem todas as casas têm uma,
Algumas sequer têm casa, e quando tem,
Não tem janelas, pra botar o sapatinho e tantos...
Ah! Nem tantos, têm sequer um chinelinho!
Passando a vida a sonhar.
Porém, aquele casal, com os quatro filhos que tinham.
Felizmente tinham casa, na casa umas janelinhas...
Até uma arvorezinha, bem simples, mas bonitinha.
As crianças escreveram cada uma um bilhetinho
E puseram na janela, pedindo ao papai Noel,
Cada um, um presentinho.
Ele pediu um trenzinho daqueles que apitasse
E que o fizesse rodar, puxado com um cordãozinho.
Ela sendo mais novinha, e como toda menina
Só queria uma bonequinha...
Foram dormir muito cedo, pois foi plano de seus pais,
Por que a meia noite viria aquele papai Noel.
Os inocentes dormiram como dormem os anjinhos,
Certos de que logo cedo, abririam os presentinhos.
A noite passou depressa e quando eles despertaram...
(Tchan, tchan, tchan, tchan) o irmãozinho primeiro,
Olhou debaixo da cama e totalmente eufórico
Desembrulhou o presente. – Qual não foi sua alegria,
Pois ganhara seu trenzinho!
E a sonhadora menina, que só queria brincar,
Ao abrir o seu presente: Qual não foi a decepção,
O seu desapontamento... Papai Noel, lhe trouxera.
Um saquinho de bombom e ela saiu correndo,
Sem dizer uma palavra!Porém, seu coraçãozinho.
Soluçava em silêncio sentindo-se enganada
Por aquele bom velhinho, que se chamava Noel.
A partir daquele instante, sentiu-se discriminada,
Desistiu de acreditar em muitas coisas da vida...
Talvez, até uma dessas, de muitas que  ainda viriam,
Tornaram-na solitária, num mundinho apenas seu.
Até que passou-se o tempo e a menininha cresceu;
Porém, mesmo introvertida, continuou a sonhar,
Mas transformando seus sonhos, ainda que singular,
Em doces canções que todos,também poderão cantar.