Conversa
Na tua perquisição
Minha oitiva se alarga como boca de petiz
Observando o arlequim adentrar no picadeiro
Quando teu intuito volta-se para me questionar
Me imputando proveitos incontáveis
Traz-me voz, mesmo eu calado a te ouvir
Ao centralizar no teu colóquio
Dissipo-me na torrente de raciocínios e conceitos
Arraigados na reminiscência, como cacifo cavo
A roleta gira, o assunto varia
A boca seca, chama um sorvo
E mais um trago
O ponteiro rodopia, transeuntes passam como vultos
A opulência do viver descansa no regozijo de uma boa conversa