A Cinderela do Rio dos Macacos
Breves, Março de 2006
Pais me mandam
Morar no longe
Lar que eu não sei
Que não queria ir
E vou, sim eu vou
Mas não vou
Sem as histórias dos amigos
Sem os cantos felizes dos bem-te-vis
Porque pais precisa se cuidar
Infelizmente, eu teimo
Que vou
Mas não vou de alma
De cabeça
Escondo no quarto alheio, triste
O passeio de canoa com os irmãos
Ao piso ajoelho-me, ao teto rogo
As teias de aranha prendem minha criancice
Cuidando de outrozinhos
E vou
Mas não vou crescer
Virar mulher
Emprestada nos vestidos de outras
Ceando por ultimo à noite
Os últimos serão os primeiros?
E quando alguém olhando
Vê em mim aquele olhar
Um fugir pra um lar
Que não sei
Mas sei
Que vou,
Ah, eu vou
Viver
Para meus passeios
Para minhas manhãs
Para meus pássaros
Para meus presságios
A porta está aberta,
E dá um medo!