Saudade

Torneira que pinga

Vazante que começa grossa, constante

Os ponteiros não giram, se arrastam

Suas voltas não trazem a aurora

Os laços apertados, com o passar das luas, afrouxam

As gotas, quase secas, caem devagar agora

As folhas do calendário passam

O bloco engrossa

O caminho traçado, aos poucos é pisado

O que era firme e pilar

Vira vulto para apenas lembrar

Esse encanamento, gotejava só lamento

Anseio do momento, onde havia vazamento

Retorna, pouco umedece, leve afrouxamento

Leonardo Pitanga
Enviado por Leonardo Pitanga em 16/04/2012
Reeditado em 16/12/2018
Código do texto: T3616618
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