Saudade
Torneira que pinga
Vazante que começa grossa, constante
Os ponteiros não giram, se arrastam
Suas voltas não trazem a aurora
Os laços apertados, com o passar das luas, afrouxam
As gotas, quase secas, caem devagar agora
As folhas do calendário passam
O bloco engrossa
O caminho traçado, aos poucos é pisado
O que era firme e pilar
Vira vulto para apenas lembrar
Esse encanamento, gotejava só lamento
Anseio do momento, onde havia vazamento
Retorna, pouco umedece, leve afrouxamento