NO ANONIMATO DA PROFISSÃO

As pessoas não entendem

porque digo que sou poeta,

elas querem que eu mostre,

um mundo pronto num livro.

Mas não há pressa com isso,

então eu digo que faço versos,

elas dizem que eu não presto.

As pessoas não admitem irreverência,

é que puxo a consciência sem clemência,

as pessoas querem ver o sucesso,

e eu simplesmente me interponho com o verbo.

Muitos dizem que há nada me interesso,

que estou me lixando...

Para que pressa, com arte não há mando.

Outros me olham com visão desprezível,

se incomodam com a canção flexível,

pois a flor e o inseto são sensíveis,

é assim, mãe Gaia segue com relações infalíveis.

Mas aqueles que me criticam,

seguem senhores a soberba,

e que tenho... A ideia que canta,

buscando beleza.

As pessoas dizem que eu vivo o tempo a parte,

bem sei que isso é só arte,

e então longe do gol e do pódio,

sobrevivo como se pode.

Amor virando em ato,

ainda que além do cansaço,

não me importo se estou navegando,

no anonimato.

Ando, viro e mexo,

é só paixão real sem acaso,

amor incondicional, perpasso.

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Omar Botelho
Enviado por Omar Botelho em 29/03/2012
Reeditado em 20/08/2012
Código do texto: T3582333
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