PECCATUM

Confesso que nada sei, mas, tudo pode ser real.
Em preto e branco a ilusão se criou,
fez nascer o mundo.
Olhares puídos sobre a castidade – nos entre vãos das portas
e nas bocas murchas que beijam e lambem as verdades impróprias
delineiam temores e castigos – aproximam o inferno de cada um.
Caminhos de torturados pensares se abrem
como bocas famintas dilacerando frutos espinhentos
banidos da germinação.
Lamentações.
Ranger de dentes.
Suores...
Culpas.
“Confiteor Deo omnipotenti - Mea culpa. Mea culpa. Mea máxima culpa”.
Ante o abismo, os olhos vidrados
os pés trêmulos avançam sob a ponte
traidores pensamentos permanecem submersos – e eu nada sei
a não ser, que três cabeças se levantam e
três bocas se abrem clamando
perdão a Beatriz .


imagem: Man Rey
 

Luciah Lopez
Enviado por Luciah Lopez em 22/03/2012
Reeditado em 22/03/2012
Código do texto: T3569440
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