Nunca vi a Via-Láctea

Muitos falam que em noites sem lua

De céu límpido, negro como ônix

Pode-se ver a Via-Láctea, tapete estrelado

Que os antigos diziam ser o leite de Hera

Derramado de seu seio, espargido em luz...

Estrada radiosa a guiar na escuridão, mas para onde?

Volto o olhar para o alto e não consigo enxergá-la...

Miopia da vista, ou da alma?

Se realmente for como escreveu o poeta

Estou sob o resguardo de seu manto cintilante

Oculto de minha visão, mas entrevisto em espírito

Se é preciso amar para ouvir as estrelas

Então a falta de amor em mim fez-me surda e cega

Pois não posso divisar esta multidão estelar a me gritar

Serpenteando pelo universo, a peregrinar pela eternidade...

Anankhe
Enviado por Anankhe em 12/01/2012
Reeditado em 12/01/2012
Código do texto: T3436816
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