DEVANEIOS DE UM VELHO POETA.

Velhos sentimentos escondidos pelo tempo, corações feridos, guardam dores incuráveis, velhos poemas escritos em noites solitárias, ainda guardam verdades que sobrevivem a tempestade.

Loucos desvairados perambulando pelas ruas, perdidos em seus próprios corações, buscam emoções baratas, mercadoria fácil nas noites das grandes cidades.

Um velho poeta namora a madrugada, lamenta os anos corrompidos pelo tempo, pela magoa ainda acesa no teu peito, pelo medo que ainda repousa no teu leito.

Teu velho jardim, dos anos mais dourados, já não é tão belo assim.

Você acreditou que os anos moldariam a perfeição, sonhos foram apenas sonhos, teu muro, teu refugio, teu abrigo anti-atômico.

E o poema ainda sobrevive ao tempo, as traças da razão, ser eterno em sua própria dor, na sua própria dor de amor.

Meu coração já enrugado, ainda quer gritar teu nome, desvendar os segredos desses teus mistérios, que se completam aos meus.

Minha loucura não tem nada de normal, mas ser normal é ver o sol sem ver teu brilho, é ver a lua sem sentir teus beijos, ser normal é ser tão desigual, renegar o que me faz tão natural.

Francisco A Silva
Enviado por Francisco A Silva em 03/01/2007
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