Mãos quentes

um dia foram todos para a guerra

com armas pesadas, olhares fervorosos

passos de fúria foram dados por ela

algo os levava para o campo de batalha

prontos para tirar a vida de seus oponentes

no fundo, uma escuridão os travava

o medo de perder a vida era grande

o temor de jamais ver a família era maior

comparecer a este palco parecia uma negligência

uma ofensa a suas almas, a suas feridas

bastardos que íam correndo para a morte

ou para matar, tirar a vida de alguém

um sonho que esta talvez possa ter

uma vida não corrida é severamente ferida

sem tiros, eles não apertavam o gatilho

fome. era uma desgraça que existia naquele lugar

um local governado pela carência

nada mais poderia ser dado àqueles que ali viviam

que ali passavam sem nenhuma esperança no coração

com uma ferida aberta na alma muito maior do que qualquer tiro

dar a vida por aquele que sofre

não deveria ser o papel de um soldado?

tirar o desespero e o niilismo de um peito

dar algo de comer a quem precisa

dar um ombro amigo para alguém que você nem ao menos conhece

ao retornarem, os bravos guerreiros

com medo de morrerem e correndo para matar

e depois poder retornar e ver a sua família

não foram capazes de tirar uma gota de sangue

de uma humilde sociedade só por causa de desejos ambiciosos maiores

largando suas armas no chão

eles se propuseram a colocar a mão no peito

e ajudar o pobre povo que assumia sua dor

feridas podem ser fechadas

se nos propormos a extender a mão

Gust
Enviado por Gust em 07/09/2011
Código do texto: T3206571
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.