O PARTO DA GRANDE BABEL ( Bertold Brecht, com licença)

E o parto da grande Babel

Trouxe à varanda o rebento

Enrolado em lençol branco

E era a guerra e tinha mil pais.

E já não mais ignorada a paternidade

Daquele quadro que se apresentava

Mil foram as vozes aos gritos e suplicantes

Aos senhores da guerra que de nada ouviam.

E sob os cantos de suas bocas

O sangue jorrava feito cachoeira em dias de dilúvio

Era o fim dos tempos próximo das vidas indefesas.

E crianças já órfãos às ruas e maltrapilhas

Vasculhavam restos de restos já pobres e contaminados

Não mais seguiam as boas maneiras

Em tempos de guerra a fome esquece a etiqueta.