Decreto inocente.

Não sei por onde meu coração tem andado, sabe?! Semana passada, eu acordei e senti algum vazio no peito. Percebi nos lençóis, alguns pingos de sangue vivo. Olhei pro peito e vi que estava sem 'ninguém'.

Fiquei meio atordoada procurando meu 'habitante'. Fui até o banheiro jogar água no rosto e encontrei um recadinho pregado ao espelho, riscado com sangue, que dizia assim:

" Olá querida!

Não se preocupe comigo. Dei uma saída pra espairecer meu tecido cansado e abatido, mas não estou perdido e de certa forma estou até bem.

Peço que cuide dessa carcaça aí, a qual acolhe este teimoso aqui, acompanhado sempre dessa velha aorta cansada. E carregado de sentimentos duros. Quando eu voltar, conversaremos sobre minhas novas sensações.

Te peço cautela e paciência comigo, mas eu precisava me ausentar um pouco, pois não estava entendendo certos batimentos apressados e quentes em seu peito.

Estarei em uma espécie de colônia de férias, onde alguns de meus próximos estarão em profunda meditação também.

Abraços fraternos do seu coração escorregadio e lutador."

- E eu que achava que tomava minhas decisões sozinha, meu coração acaba de mostrar que eu não mando em nada em mim.

llyla
Enviado por llyla em 03/09/2011
Código do texto: T3198194
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