Ode a Tio Bob

e à deriva

por tanto tempo

que me perdi

num tal rumo de caminhada

vi campos

e montanhas dizendo-me adeus

paisagens que se foram

quando ainda sôfrega

de chão

trêmulo e rochoso

ainda estava.

e eu saí

por estar só

náufraga sem mares

deixem-me! gritei ao nada

pregnante de ninguém

com ouvidos azuis

zumbindo sonatas

quando nada mais fôra

além de insignificantes

bailantes

chiuauas histéricos

no sótão

de uma casa amarelo-e-branca perdida.

não há retorno

quando se pisa além da fronteira

viva

de 1`videira vidente

de tal ex- caminhante

e eu saí

sem muito bolso

e encontrei sofrimento

sem saber causa

ao torpor de uma embulia

calvática

nasci pequena

de novo

e meus amigos se tornaram irmãos

e saio

todo dia

com sol queimando

as costas doídas

da falta de peso

de 1´bucólico entardecer

rosáceo

em 1`tal mulher de pedra

deitada

sentindo falta

de ti-s

como se sente

em visões com cheiros

e afectos vivazes

com cores de nevoeiros

à la Poe.

(corvos em árvore regada)