Não há silêncio

Em um dia ou em muitas semanas?

Com os olhos ainda fechados comecei a caminhar rumo contrario

ao meu já findado sono.

No crepúsculo da noite branca do outono no fim de abril

mantive-me em desconforto até o amanhecer. Determinado e com os olhos tentei resistir com meu choro o frio e a luz do dia... e como elas brilhavam, como brilhavam !!!

Estava prestes a nascer.

Não resisti.Abri os olhos e com o tempo parei de chorar e comecei a sorrir, e o sono virou sonhos debaixo do meu travesseiro e viagens diante dos meus livros....O Escaravelho de Ouro, historias de mistério ou apenas simples como O Rei Bico de Papagaio.

Em versos e prosas viajei sentado na porta da sala.

Brinquei.... dancei...sorri..cresci.

Saudades da praça, das missas de domingo, dos preparativos do casamento, das amizades antigas que se perdeu com o andar do relógio.

Mudei. Fui conhecer novos caminhos ainda querendo viver seguro nos antigos.

Novos amigos, muitas alegrias e muitas tristezas, nisso vi o equilíbrio da vida, como o sol e a lua, a noite e o dia, o inicio e o fim.

Os sonhos debaixo do travesseiro não vivem mais em silêncio.Hoje me perseguem como sirenes...musica que não saem da minha cabeça.

Mais um novo ciclo se inicia ao termino do antigo.

Após mais um ponto final, abri-se um novo capitulo.

Então devo, por mim mesmo, continuar seguindo a sirene que toca alto e a musica que ecoa longe.

Desde o amanhecer da noite branca do outono no fim de abril, não há mais silêncio.

Eduardo Magalhães
Enviado por Eduardo Magalhães em 28/04/2011
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