Lamento da natureza
Ah!... Eu era bela e formosa...
Vivia me dourando ao sol
Banhava-me nas águas límpidas...
E... Desciam sobre mim como bálsamo...
Sem saber o que vinha a ser... Poluição ....
Corria pelas verdejantes campinas
Ladeadas com flores e beija-flores
Sob um céu azulzinho encantador
Uma suave brisa me embalava...
Ah!... Que saudade de antigamente!
Eu era viçosa, elegante, saudável...
Linda, cheirosa, colorida e admirada!
Hoje... Quase não me reconheço
Estou feia... Maltratada... Acabada...
Meus rios poluídos e mal cheirosos...
Vejo as pessoas ditas “humanas”
Derrubando e queimando as matas
Dizimando cruelmente os amimais...
Estou morrendo... Dia a dia...
Magoada e entristecida eu... Agonizo
Tenho pena... Dos que ainda vão nascer...
Será que nem vão me conhecer?!...
Ah!... Estou chegando ao fim...
Deus!... Como tudo era diferente...
Todos se importavam comigo...
Mas, hoje ... Só olham para...
O seu próprio umbigo!...
Parece que seus corações
Endureceram como pedras
E o amor que neles brotava...
Secou... Transformando-se...
Em uma grande indiferença... .
Nada neste caos... Os sensibiliza...
Nem parecem aqueles “humanos”
Que um dia... Deus carinhosamente...
Criou e ensinou a perseverar o amor...
Ah!... Mas... Ainda cultivo um fio de esperança...
Quem sabe se antes do meu último suspiro...
Eu tenha a felicidade de me surpreender...
Ao ver que ainda restaram bons corações...
E vão neles... Conseguir germinar...
Algumas belas sementes...
Brotando assim então... Novamente...
O amor... Que vai me tirar desta dor...
Fazendo-me... Como eu era...
Bela, colorida, cheia de vida e...
Possa esbanjar este amor...
Ainda tão latente em mim!
Ah!... Sim!... Ainda tenho...
Muita esperança!!!!!!