MULHER SUBRIME
Oia quanto briô exala dos teus oio!
Oh minha formosa criatura.
Sarve a istrela d’arva com seu briiô...
Nem mermo as água do riô.
Possui tamanha belezura...
Ô quem sabe maiô candura...
Que a riqueza do teu oiá.
São ainda mais belas que água de má...
Na carma silenciosa do pô do sor.
Coisa que a mim amante teu vale a pena...
Cumo vale a pena oiá o arrebô.
Assim cumo isperá a lua pratiada...
Vim n’us ispirá uma tuada...
pramodi que nem mermo a solidão se senti só.
Oia no espeio vê quanto primô...
Quanta pais trais o vento carmo prais campina.
Teus oios é canção que discurtina...
A penumbra da noite que se achega.
Re-vortando a escuridão...
Que solitária se aconchega...
E pede poso pro meu coração.
Sô ocê sabe! Pru esse teus oios sô loco alucinado...
Te juro num é somente admiração.
Mermo sabendo sê pecado idolatrá ‘eu idolatro...
Fazendo desse gostá minha paxão.
Paxão capais de mim leva prô céu...
E num pedacim apenas do arrebô...
Dexa merguiá meu coração.