MULHER SUBRIME

Oia quanto briô exala dos teus oio!

Oh minha formosa criatura.

Sarve a istrela d’arva com seu briiô...

Nem mermo as água do riô.

Possui tamanha belezura...

Ô quem sabe maiô candura...

Que a riqueza do teu oiá.

São ainda mais belas que água de má...

Na carma silenciosa do pô do sor.

Coisa que a mim amante teu vale a pena...

Cumo vale a pena oiá o arrebô.

Assim cumo isperá a lua pratiada...

Vim n’us ispirá uma tuada...

pramodi que nem mermo a solidão se senti só.

Oia no espeio vê quanto primô...

Quanta pais trais o vento carmo prais campina.

Teus oios é canção que discurtina...

A penumbra da noite que se achega.

Re-vortando a escuridão...

Que solitária se aconchega...

E pede poso pro meu coração.

Sô ocê sabe! Pru esse teus oios sô loco alucinado...

Te juro num é somente admiração.

Mermo sabendo sê pecado idolatrá ‘eu idolatro...

Fazendo desse gostá minha paxão.

Paxão capais de mim leva prô céu...

E num pedacim apenas do arrebô...

Dexa merguiá meu coração.

Luiz Pereira
Enviado por Luiz Pereira em 26/01/2011
Código do texto: T2752816