Abrindo as Porteiras do Mundo

Abrindo as Porteiras do Mundo

De repente, meus olhos perdidos na imensidão, pela porteira da Pousada do Oliveira, região da Mata do Engenho, vizinhando com a serra da Canastra, o pensamento vai buscando um verde quase pálido, anunciando que a seca passou por ali. Ouço uma voz pequenina a despertar-me daquele momento sublime, em que a serra se dividia com as nuvens, numa brincadeira de cores, uma pequena brisa teimava em movimentar as folhas dos arbustos, já havia passado por ali alguns pingos de chuva também, o canto triste de pássaros, que preguiçosamente ecoavam pelo lugar. A tarde murmurava, encantando a todos, o cheiro do estrume junto a porteira, o cantar do peru marcando seu território, um galo ciscava chamando as galinhas, o perfume do mato, as flores das arvores dando uma tonalidade primaveril, o barulho de um riacho ao longe muito longe, o mugir do gado, e a porteira continuava aberta e o menino de “Bibi", ainda na boca, novamente perguntou: “é a “Portela” da vaquinha?.”Eu disse sim, e continuamos nossa conversa por alguns minutos, brincamos de vai e vem na porteira, e quem nunca brincou não sabe o que perdeu.

Quando dei por mim, meu amiguinho já estava nos meus braços, celebrando a magia de viver e ser feliz por mais um dia em nossas vidas. Esse dia numca mais sairá de minha memória.

Em tempo:" Portêla" na língua de criança é porteira e "Bibi" pode ser chupeta ou bico.

Por mim: novembro/2010

Marcelo poeta
Enviado por Marcelo poeta em 29/11/2010
Reeditado em 21/04/2011
Código do texto: T2643105
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