QUERO?

Quem disse que quero ser poeta?

Quisera eu não sentir emoção desmedida...

Dores que me rasgam em prantos na solidão das estrelas...

Alegrias que me arrebatam e abrem meu peito de súbito

Como um chafariz em arco-íris de sol...

Quisera eu ser carneiro de semblante impassível...

Comer grama ou um pedaço de flor...

Coberto de lã ou tosquiado ter sempre o mesmo tom

Impassível, monótono, contemplando a vida passar...

Carneiros não choram... Talvez devessem sorrir...