CEGUEIRA LÚCIDA
Da dura realidade muito pouco conheci
Melhor se ficasse a perseguir os sonhos
E de olhos fechados nada enxergasse
De olhos abertos, errei em julgamentos
Hoje fecho os olhos e de nada tenho medo
Vou além dos limites porque estou alerta
Nada me é conhecido embora a tudo perceba
De olhos fechados ouço o meu silêncio
Nele só há o que me basta, não o que quero
E por enxergar-me por dentro sou inteira
Tenho minhas próprias verdades e mentiras
E tranqüilizo minha vida sem precisar da tua
Vivo de maneira intensa, em primeira mão
E cega de preconceitos tudo aceito, experimento
Como a vislumbrar o primeiro florir de primavera
Sozinha, extasiada, num espetáculo único, só meu