Deixa...
Deixa que eu entre, mas não deixa que eu te invada,
Não me deixa desfigurar esse teu ser,
Tão único como cada minuto que me dá,
Tão seu que mesmo de posse dele
Jamais teria seu controle.
Deixa que eu entre, mas não deixa que eu me instale,
Me permita a temporalidade de te conhecer,
Na tua forma forte e segura de pensar
Do teu fraco coração solitário,
Que teima em não me querer.
Deixa que eu entre, mas não deixa que te domine,
Continue na distância de suas palavras,
Mas me permita falar a você,
De tudo que sinto hoje e que amanhã será passado,
Na forma efêmera do que nos envolve.
Deixa que eu mergulhe em sua alma
Mas que não seduza teu corpo,
Correndo risco do vício sedento de me ter.
Deixe que me vá, mas me impeça antes,
Ou jamais terá de novo outra chance,
E eu jamais terei de verdade você.
Esse poema é dedicado a Silvinho, comecei ao lado dele, conhecendo-o, terminei na saudades dele, ausência.
Beijos no seu coração...seu poema...