ÉS VENENO DE PLASMA

É duro demais provar o quanto se ama. Não dá para mostrar que de deleite morre o amor mais puro e verdadeiro... mas que ao morrer não se esvai como alma pura de luz, mas sim se condensa, como incandescente chama, ardendo forte no peito feito brasas corroendo a lenha.

É improvável que a vida possa suportar a tal clemência. Ao ser superada, essa se torna ainda mais forte, destroçando o ser, do meio interno para o externo. A força vital é consumida rapidamente, sem chance de retrocesso ou de rendição. Até porque, essa última, já existe mesmo que desacreditada.

Nos destroços dessa alma corroída, esse mesmo arder se torna força. O veneno se torna sangue, como se feito exatamente para fazer renascer o desolado.

A alma irmã é atraída. Não só por outras forças, mas também pelo próprio veneno que corre em suas veias como sangue.

Então aí prova-te o amor sagrado. O garbo divino, que enxerga-te como belo vilão, mas que mostra-te como o mais puro e belo plasma

E o difícil se torna impossível... mas um impossível já alcançado, pelo veneno intenso que corre nas veias dos dois amantes.