POR TRÁS DA BELEZA
Por trás da beleza, o ataque da idade
Arfa nau em território inerte.
Por trás da beleza, a espátula
A cavoucar lisura branda na tez imberbe.
Por trás da beleza, a leveza d’alma
Da dor das crianças descalças a marotear, ingênuas
Há o ócio plangente, cedo por dolente ser seu.
Por trás da beleza há o ódio do desmascarado
Com a face leda dum ter, a ampliar o pôr do sol
Apesar de toda a destreza.
Sabe lá, o que o pascigo consumido pensa?
Compreende a lisura dos versos, mas não os aporta
Por detrás duma certa esperteza, a ligeireza rasteira, típica dos poetas.
Por trás da fobia, há a beleza encarquilhada
Da que ascende ao ego e emoldura sua aquarela.
Por trás de toda a certeza, há uma feiúra desmesurada
Amplidão, desespero, desconsolo e desapego...
Quase nada!