Leia-se quase amargo.
Pelo canto da boca
Com o coração entre os ouvidos,
Olhos arregalados
E algo escorregando garganta a dentro.
Como um verme.
Um escorpião em minha perna.
A vela de um veleiro acesa.
A vela da alma apagada.
A liberdade escondida, dormida e amanhecida
Ocupando espaço.
Arranco de mim a pele e me seguro à dor.
Sem fim, sem mim, vou
Sem começo, esta é a vez de alguém
Cansado de se lamentar
Começando a se levantar
Sem reconhecer a criança extemporânea.
Venha comigo
Neste círculo vicioso de viciados em venenos ácidos,
Metamorfos em suas teorias,
Dormindo em uma banheira d’água
Que caiba seus sonhos e um navio,
E meus sonhos sem começo desta vez.
Apenas o começo de alguém
Com algumas algemas alugadas.
Ponha algo em minha alma,
Liberdade para começar.
Perdi muito no tempo em que a vela se derretia
E a cera inundava minha casa
Mesmo assim não desapareceu o gosto amargo
E a língua áspera.
Desta vez é alguém querendo começar
Sem muito oque falar.
E essa noite que não acaba!