JOSHUA

Joshua quis ser livre. E andou. Da liberdade fez Estado, dos anjos e demônios que o habitam fez um povo. Mas mesmo assim, não quis o Poder. Nas manhãs engraxa os sapatos dos homens de negócio

do mundo que fundou. De tarde serve cafés nos balcões. A noite é para o o assalto e o estupro, tarefas a que se dedica para que a humildade faça algum sentido, além da religião. Joshua, ao nascer do sol joga xadrez sozinho, numa praça em frente ao mar, e a única certeza, é que escolheu a derrota para amar.

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Joshua, meu amor, sou eu. Quebrado o vilão das serenatas que te dirigi pela luz carnosa da lua, te levo pela mão, sem necessidade de mascarar o meu amor por ti nos acordes loucos que o meu sexo impõe, te levo comigo, pois estar frente ao teu amor é aventura mais intensa do que ser deus ou bandido num mundo de ninguém, pois se as feras me aguardam cobertas de jóias para ser o guerreiro de um massacre que sangreia antes da ordem apontar o dedo, me recolher ao teu amor é encontrar a razão do ser no olhar tão singelo quanto a Aurora se fazer mulher é apascentar o macho murmurando riachos que escorrem amor, pois ser teu homem é se encontrar divino.