Metáforas de um grande amor

Aqui estou: só, num canto, vivendo a solidão de minhas escolhas. Caminhos sem volta, túneis sem luz, num quarto patético, depositário do tempo, em que sobrevivem os sonhos da noite passada. Olho em volta, procuro e não te encontro. Grita o peito de saudade...uma saudade mansa, doída, sem graça...tudo perdeu a graça. Pouco importa se é dia ou se é noite. Pouco importa...A tua ausência preenche os corredores e o frio chega-me a alma. A corda parece ter se partido e nossa sintonia, tão fina e aguçada, rompeu, levando de mim a tua breve companhia. Tento falar, mas as lágrimas não me deixam...e, nos espaços por entre as palavras, ressoa o teu pedido para que não te abandones. Jamais me ausentei de ti um segundo que fosse pela eternidade. No entanto, apesar da insistência do vento, não escuto o eco da tua voz a bradar em meus ouvidos. Minha energia vai e não mais retorna com a tua. E isso me desespera...Tento buscar o rastro do que sentias e encontro apenas a mecanicidade das poucas sílabas que repetes sem emoção. O temor esfriou o calor do sentimento e sei, muito embora não quisesse saber, que logo emudecerás. E eu continuo aqui, atirando metáforas pelos cantos da minha, da nossa casa, figuras que mantenham viva a esperança de não ver morrer em ti esse grande amor.

Sol Galeano
Enviado por Sol Galeano em 28/02/2009
Reeditado em 28/02/2009
Código do texto: T1462224
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.