Na rua

Ó por que me abandonaram?

Por que homem tu passas e não me vê?

Por que me negas a chance de ter,

Deixando-me neste vasto espaço de chão,

Sem chance de ser ou ter o pão.

Sem chance de sonhar de comer da ilusão.

E minha agonia é vadia e vadiando vivemos nós.

Longe da sorte tão perto da morte que zomba de nós.

Ó Deus tu me abandonastes?

Na sujeira da pele no doer da fome, num sono pesado, intranquilo que me consome.

Não tenho identidade!

Sou visto pela diferença não pelo homem.

A sede aumenta.

Onde esta meu lar? Um abrigo, sei lá!

Para proteger-me do infernal calor do sol,

Do frio vento que a noite sopra,

Da chuva fina que a madrugada manda.

Onde estão?

Eu só queria uma chance de mostrar ao mundo que sou eu.

Só queria lutar pelo pão que é meu.

Não queria mendiga- lo pelas ruas que cresci e outras que nunca vi.

Queria uma janela que fosse pequena...

Que no interior dela houvesse dignidade

Para mesmo dela que meus olhos

A lua calma alcançasse.

E pudesse eu sonhar em perfeita liberdade.

O Deus permitas que o homem escute tudo o que te disse eu.

O mundo cresce, já somos muitos.

Minha alma já quase falece.

Cristina Gonçalves
Enviado por Cristina Gonçalves em 11/01/2009
Reeditado em 10/04/2022
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