Do Bem que Posso Fazer
névoas quando assaltam minha mente, assustam-me
porquê faço da alvura asséptica de uma página em branco
que pulsa (sem poder reverberar) um muro insustentável
entre mundos
não é silêncio, tampouco vazio
é pura insignificação, como se minha existência
em tagarelices supérfluas, deixasse ao largo
o signo que me traz à grandeza e à permissão
de existir.
viver como turba à deriva
não é de fácil tentativa.
exprimir um necessário pensamento ou silêncio
mesmo que singelo,simples e doce
é um pretexto que construí
para meu bem viver
por aqui
gostaria de ser-me útil, à cada elipse de tempo
fazer algum bem estético e ético à uma alma
sequer.
dignidade e compromisso com o Outro
distâncias apagadas pela prosa poética
de todos nós.
Irmandade.