Do Bem que Posso Fazer

névoas quando assaltam minha mente, assustam-me

porquê faço da alvura asséptica de uma página em branco

que pulsa (sem poder reverberar) um muro insustentável

entre mundos

não é silêncio, tampouco vazio

é pura insignificação, como se minha existência

em tagarelices supérfluas, deixasse ao largo

o signo que me traz à grandeza e à permissão

de existir.

viver como turba à deriva

não é de fácil tentativa.

exprimir um necessário pensamento ou silêncio

mesmo que singelo,simples e doce

é um pretexto que construí

para meu bem viver

por aqui

gostaria de ser-me útil, à cada elipse de tempo

fazer algum bem estético e ético à uma alma

sequer.

dignidade e compromisso com o Outro

distâncias apagadas pela prosa poética

de todos nós.

Irmandade.

Ana Paula Perissé
Enviado por Ana Paula Perissé em 11/10/2008
Reeditado em 11/10/2008
Código do texto: T1223388
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.