A Nossa Alegria

Está escuro, deitado na cama escuto apenas o som das gotas da chuva atingindo repetidamente a janela do quarto. Sinto o suave cheiro do incenso, aceso com o único propósito de relaxar, e, aguardando a chegada do sono, aproveito para olhar ao lado, olhar para você.

Lembro de que algumas horas atrás, a sua altivez e sagacidade se fizeram presentes, e, citando Alexandre Herculano, respondeu a um intrépido, incomodado e infeliz ente familiar que: “o segredo da felicidade é encontrar a nossa alegria na alegria dos outros”.

Tens razão amor. Sinto-me profundamente feliz quando estás feliz. É uma alegria quase infantil, te ver sorrindo, alegre e contente é como um dia lindo de sol, sem nuvens no céu, é como ouvir um elogio, é o ápice almejado após um dia rotineiro e cansativo de labor.

Encosto a minha mão suavemente no seu rosto e você se mexe, penso que vai acordar e por instantes me arrependo da ousadia, mas, felizmente, foi apenas um susto, você respirou profundamente e voltou para os seus doces sonhos.

A chuva começa a ficar mais delicada e diante do sobressalto ocorrido desisto de tocá-la, conformando-me no meu canto da cama, fechando os olhos e rogando uma pequena prece, agradecendo a Deus pela dádiva recebida e pelo privilégio de conviver ao seu lado.

Ainda, intimamente, prometo que farei todo o possível para que a sua existência seja repleta de momentos felizes e rogo com fervor para que em todos os dias vindouros a nossa alegria seja sempre vista em nós.