O AVESSO DA APARÊNCIA

sou o que querem que eu seja

amável cortez simpático bom

nem sempre cumpro tudo bem

vezes sou eu mesmo nas sombras

ignoto de meu eu em escombros

ironizo as conveniências sociais

mesclo atitudes ora aceitas noutras não

panela de pressão artista em frangalhos

nesta barafunda a minha personalidade

toda a humanidade de meu Ser aflora

dual e magnífico sobranceiro e tímido

menino às vezes e adulto em conflitos

nesta confusão de minha alma inquieta

plasmo a matéria habito me apresento

às platéias represento e engulo o grito

levo os dias sucessivos datas agendas

proscrito de outras terras sigo o rito

dançando música conforme o ritmo

mas por dentro atento ebulição

a aparência socialmente aceita

aflito Ser em busca de caminhos...