Câmara da redenção

 

Imaginemos um sonho:

– Há uma longa escada

Formada por um arco-íris

Onde os pés não a tocam

Flutuam-se. . .

E o espírito brilha à luz do luar.

 

No final há um castelo

E espectros coloridos

Recebem-nos e nos guiam

E vamos descansar.

Depois acordamos eternos e felizes.

 

Agora não é mais ficção!

O pêndulo do relógio

Parou de soluçar.

À luz de velas. . . sono privado. . .

E não se confunde a pele

À leveza do veludo.

 

Nossa vida. . .

Não tão pura, mas secreta

No ataúde da agonia.

Frieza e fortaleza

Propõem-se determinar (?)

. . . mas imploram.

 

Nenhum ancestral espera-nos.

Nem nosso Anjo da Guarda à vista.

Que caminho seguir?

Devemos esperar um “oi!” de alguém?

Almejamos um quê de que agora?

 

O som de um quê que ouvimos

São os gritos agudos

Das almas loucas

Que desdenham frenéticas

De nossas preces históricas.

 

Desejamos o sonho

E não um pesadelo.

Aspiramos à vida

E não à morte.

 

Entre a luz e a escuridão

Há a penumbra.

Entre um sonho afável

E um pesadelo. . .

O meio termo é acordar.

 

Mas e após a morte?

 

Há o refluxo à vida. . .

E você não precisa acreditar.

 

(Livro: Vermelho Navalha/2023 - ISBN – 978-65-00-88845-4)

Ótomo Rélcia
Enviado por Ótomo Rélcia em 06/03/2024
Reeditado em 07/03/2024
Código do texto: T8013865
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