Soneto Temporal (só pra ter título 2)

Pergunto as horas à louca criança

que gira no supremo movimento,

e ela apenas ri e me responde: “O vento!”,

e eu giro sem relógio e sem lembrança.

Avanço livre aonde o vento não alcança

e nem supõe o pobre pensamento.

Em mim o Infinito é o meu aposento,

onde escrevo sem paz e sem esperança.

É em mim que o Tempo indomável explode,

é em mim que pulsa a energia do mundo

e onde a Alma sente que tudo pode.

É em meu subjetivo ermo profundo

que a Eternidade se dobra e acode,

com a sua maca, os restos do segundo.

Vagner Rossi
Enviado por Vagner Rossi em 06/07/2022
Código do texto: T7553773
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