Nada mais que poeta...

Num contexto a que sou alheio
Ando de mim perdido
Sinto-me um estranho...
Sem artifícios de sobreviver...
Sem postura nata,
De me defender...
Desviando-me de confrontos,
Por não ter,
Um lado certo a escolher...
Vou assim levando a vida,
Pensando em versos,
Para escrever...
sonhos metafísicos,
São meus preferidos,
Funcionam como antídoto,
Contra o tempo,
Onde tudo é impermanente,
E irreal 
É só o que tenho...
E a solidão a solidão 
Que anda comigo...
O mundo fenomênico é dor...
Sei que vago nele,
Que sou parte, mas nego!
Suspeito do instinto que carrego,
E desse pensar cognitivo do intelecto...
Só de poesia me elevo.
Em um leve flutuar em versos,
Esqueço o cansaço, o tédio,
De uma vida sem remédio,
Em um corpo finito e cego,
Exposto a intempéries,
Imerso na escuridão.

Cesar Machado Sema
14-05-2018



 
Cesar Machado Sema
Enviado por Cesar Machado Sema em 14/05/2018
Reeditado em 01/07/2019
Código do texto: T6336418
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