Um grão

Não precisa gostar de mim

Não precisa me entender

Não precisa nem me ver

Sou apenas mais um grão

De poeira estelar

Se hoje a maré subir

e depois nos carregar

No fundo do mar infinito

Até o próximo soerguimento

Então seremos monolito

Ou quando o sol expandir

e o mundo queimar

Iremos vibrar em tons de vermelho

O calor expelindo o que nos separa

E seremos um só vidro

Por enquanto o vento do tempo

Nos leva a moldar dunas

A passar por dedos de sílfides

Moldando castelos efêmeros

Numa praia deserta

Por enquanto um oceano nos separa

Mas nada é eterno ou imortal

A morte é apenas o fim do novelo

material

Não te preocupes, sou paciente

por milênios posso te aguardar

Por entre as raízes de uma sequóia

De um vinhático ou de um baobá.

Dark n Blue
Enviado por Dark n Blue em 20/03/2018
Reeditado em 25/04/2018
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