O ENCONTRO CONSIGO (VII)

Saudades da pátria que deixei.

Pátria e família celeste

a que aguardo há tanto tempo,

de lembranças e esquecimentos,

retornar um dia,

como se retornasse à minha inaugural

fonte sublime.

Água translúcida recai com minhas

lágrimas de nostalgia branda,

as pálpebras se cerrando quentes, molhadas

ao som sobre as liras e os bronzes...

Sentado estou eu à relva

à beira do grande lago turquesa

enevoado de fina bruma

apenas a fitar com os olhos de dentro

as copas cujas ramas se lhe deitam

como se pactuassem comigo de minha

melancolia.

Ali, por tanto tempo, estou. Cruzadas as

Pernas. No solo sentado sem partir jamais.

A flor-de-lótus com suas centenas

de coroas vivas, róseas, laranjas, ígneas,

permanecem abertas violetas e estáticas

sobre as águas.

A meus olhos as cores de suas pétalas e

sépalas parecem, num segundo, cintilarem,

flamejarem.

Não desperto --- desperto.

Mas ali sei que estou,

por hora, pelas infindáveis horas.

Pela Eternidade-Agora.