O SER E AS CONTRADIÇÕES DA PEDRA (IV)
(POEMA EM CINCO PARTES)
IV
Se a jogo para um lado, logo a tenho,
Faz volteios sorteados, mas não deixa a sorte
De ser uma pedra em material escandalizado.
Pois se digo que é uma pedra, logo duvidam
Disto dela ser algo, mas se perdendo
Em raios pulverizados, se a destrincham
Em matéria mais reduzida, morta.
Pois a palavra diz que é pedra, num minuto,
Mas noutro pode não ser, sua vida interna
Desfeita numa tacada, choque, raio gama
Que a faça decrescer, dissolver-se.