CAMPO ABERTO
Com prazeres que vibram n’alma
Visito esta terra de verdes, rochas,
Seivas úmidas escorrendo das raízes, pomos.
Raízes escuras que encantam, leitosas, procurando
No fundo rígido um ponto em que fortaleçam:
E germinem árvores, ramas, sementeiras.
Mas lá adiante a cascata furiosa,
Quedando cristalina sua água doce,
Rolando pelas rochas cavadas, milenares,
Jorrando no rio largo, despencando no vale.
E amoras pretas, miúdas,
Em mil cabeças se reproduzindo,
Pássaros de pios leves, penetrantes, sibilando
Agudas notas, encanto para os ouvidos;
Caminhos jactantes, magnos de relvas e flores,
Amarelas, azuis, rubras.
É calmo o amanhecer em terra úmida,
Clara-escura.