Momentâneo renascimento

há de se pensar, do medo crescente,

da incerteza aguda, haverá

um novo dia, outro lugar

e o que terá que ser,

será o que eu quero ver.

há de se indagar

se as pedras no caminho nos falam

e se elas falam, quais serão suas severas ordens?

Aquilo que trago em minha mente é o que terá de ser.

há de se perder, todas as ordens que não agradam,

no vento e no acaso, que se percam mortas

nessas louváveis dúvidas,

incendeia minhas certezas, me desnuda...

há de se entender, o meu querer é insensato

nem sempre é tão leve ao sentir

e nem sempre meu corpo será capaz,

serei então recluso naquilo que faço.

há de se desintegrar, qualquer razão estabelecida

será reentendida uma nova perspectiva

e na coragem, ausente de malícias

serei sedento nas dúvidas, nas poesias sem solução...

há de se chorar, chorar até ao chão rachar,

carregar os medos nesse escuro em tudo que há

pois sempre haverá um novo sol...

e o que terá de ser é onde o meu coração possa compreender...

há de se viver, nesse escuro enlouquecer,

pela multidão a regra é não se repreender...

e nessas capitais meu corpo se perde

a divagar,

e o que terá que ser será o que eu quero ser...

ascenda a luz da janela e deixe o meu sol entrar no seu mundo.

Josué Viana e Hugo Martín Belmord
Enviado por Josué Viana em 01/08/2017
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