“Eu só poderia crê em um Deus que soubesse dançar” (Nietzsche)

Ao apropriar-me dessa sentença de Nietzsche, eu fico a refletir: também só poderia crer em um deus que soubesse dançar. O estático me angustia, tudo ao meu redor precisa está em movimento, preciso sentir meu corpo em movimento, e as batidas do meu coração. Como poderia ser diferente se o movimento é vida.

Da janela de minha casa vejo bem distante, uma pequena embarcação que não consegue pairar sobre as ondas, o mar está bravio, nem sempre seus movimentos são suaves, então penso o mundo está sempre em movimento, o universo não para, isso alegra o meu coração e engrandece a minha alma. Ainda estou ali parada e imagino um universo dançante, a terra bailando em torno do sol juntamente com todos os astros.

Imagino as árvores batendo palmas embaladas pelo vento, os seres do meu jardim dançando entre as flores, e cada um com seu movimento próprio: uns fazem zigue-zagues e outros em suaves vão e vêm aproveitando todo o néctar do meu roseiral. Quantas belezas nos movimentos sinuosos dos rios, e nesses movimentos atravessam florestas e descem montanhas. Então penso: como poderei crer em um Deus que não sabe dançar que não se movimenta e nem sai do lugar.

Marinalva Dantas
Enviado por Marinalva Dantas em 19/06/2017
Reeditado em 22/06/2017
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