Gira, girando gira...

Gira, girando gira

O mundo que vi girar

Saltitando as estrelas

Refletidas no mar.

Os brilhantes que gotejam

Como pingos de uma nuvem

A festejar;

A natureza contente

No seu repouso noturno

Recompondo sua seiva

Para o alimento sagrado e milenar:

Gira, gira o buraco negro,

No Infinito cósmico

Sem cessar.

A viagem noturna

No silêncio da alma

O inebriante perfume

Do sereno morno

Na madrugada cálida

A matéria gravita

Na velocidade luz,

Sem fricção

Sem noção de tempo,

Emoção do medo,

O apego ao nada,

A jornada sem pressa de chegar!

O insano santo,

O santo insano,

Gritos silenciosos

De alegria

Que retumbam no peito

A gota d'água microscópica

Que sacia a sede

A essência da celebração

Macerando a terra

Para lhe dar vida,

Uma viaje passageira

No jardim das oliveiras.

No deleite paradoxal

O prosseguimento do sonho

Na viagem cósmica,

É hora de voltar.

. Bhte. 12/06/2014 - Atalir Ávila de Souza 01h07min

Atalir Ávila
Enviado por Atalir Ávila em 05/05/2016
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