Fale Julieta

Fale julieta ! Soava a floresta

Julieta sentira doer a testa

Enquanto passara pela aresta

Com os dedos dobrados para fora

Pensou: o que será que me reserva?

Porque todo esse limo me molesta?

E por onde foi a neblina da floresta?

Julieta! Julieta!

Abra a boca para falar

Queremos ouvir você soar

Um lamento intenso

Queremos ouvir voce perfume arder

Mais que carvão com insenso

Fale julieta , pare de pensar as palavras

Tente falar

Nós iremos te tentar

Para tentar falar aquilo que há...

Aquilo que houve

Aquilo que é.

Só um grunido saia daquela pequena boca de criança

Hora um canto de pássaro, hora um silvo de serpente, hora o rugido de uma fera

Mas as palavras não saiam daquela boca

Da boca de julieta

Então disse a corsa: Primeiro fazer

E disse o tigre: Depois falar

Disse a corsa: corra o mais rapido que puder, vão te eutanasiar, vão te dar veneno pra beber,vão atirar pelas costas uma flecha, vão extinguir sua especie...

Disse o tigre: Mas lembre-se, seus olhos são na frente, não se esqueça de quem é o caçador, vc é o caçador, o inquisitor das caças quem quer te pegar. Pode correr, mas certa hora mostre os dentes mas não ruge, mate, mate e mate 3 vezes mais, ruja como um grande rei pela vitória.

Julieta sentou-se como um cão, colocou suas orelhas para frente

E o macaco disse a ela escondido em sua caverna: a beleza do corpo é a virtude do fogo, a beleza da mente é a virtude da luz e a beleza do coração é a complexibilidade do sol.

E um uirapuru disse: a beleza fisica é pra atrair os menos inteligentes, a beleza moral pra atrair aos velhos e o vazio ah o vazio eh pra chorar.

Do olho uma lagrima caiu

E um grito sem som descontruindo ela ouviu

O pulmão virou ar

A cabeça cheirava éter

E o coração, ahh o coração saiu pra fora

Brotaram dele duas mãozinhas

E desentortaram os dedos da menina

Ele arrancou do rosto dela seus olhinhos e colocou nele

E com suas mãozinhas saiu correndo correndo, mais rapido que a corça

Enquanto o grito surdo soava

Ele percorreu a floresta

A atmosfera

O nucleo da terra

Viu os cadaveres sutilizados pelo petroleo

E quase que foi tragado pelas enzimas de si mesmo

Subiu pra extratosfera e parou no vacuo

Flutuou, flutuou

E a estrela disse : comprimir para explodir

E o coração explodiu no céu

Formou estrelas, julieta

Formou planetas e sóis

Formou luas

Em um bilhão de anos

Em um segundo

Fez um planeta

Chamado terra

Fez civilizações, fez historias

Fez julieta

Que sentira doer a testa

Enquanto passara pela aresta

Com os dedos dobrados para fora

Pensou: o que será que me reserva?

Porque todo esse limo me molesta?

E por onde foi a neblina da floresta?

Crystal Ribeiro
Enviado por Crystal Ribeiro em 18/01/2016
Código do texto: T5514514
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