Alma prometida

Desnudou seu mistério mais profundo

Pouco a pouco.

A identidade, como negativos de uma velha máquina de fotografias,

Ganhando tons e nitidez,

No ato de uma revelação perfeita e única...

Viera sujeito encantado das matas!

Sua própria fecundação,

Dada sob os olhos esbugalhados e extasiados,

De mil filhas de um Ipê amarelo.

Constituiu-se desde sempre,

Ser das paixões animalescas,

Dos amores floreiros,

E da amizade pura e simples com o natural.

O perfume de céu que do corpo exalava,

Sempre dera conta de algum doce toque surreal que circundava sua existência.

Do cheiro dos cabelos?

Um dia contou sem rodeios sobre limpezas naturais,

No contato com pó de asas de borboletas e seiva de árvores.

Nascera com sina única, o sujeito!

A alma prometida ao encantamento.

(Da série - Presentes do Moleque Danado)