Miserere mei Deus




Ah!Mal aventurado este que chora!
Por não saber quem é o Maravilhoso,
Que,em mim,alegra, se agita nesta hora.
Minh’alma à  beira de abismo rochoso...

Onde achar Aquele que estava comigo?
Ah!Miserável e torpe destino,meu Deus!
Mendigo migalha d’amor em pleno apogeu...
Procuro o ninho da humanidade,fiel abrigo.

Eis que, dura procela tornou-se amena brisa,
D’outono a chuva umedeceu o meu caminho,
Cantou-me quimera atrapalhado passarinho!
O noturno rocio acariciava branca pétala lisa...

O Maravilhoso , inefável bem da vida,
Adiando a queda,era,agora,tremula gota,
Anseio,pelo frescor do ipê,a folha rota.
Cristalina virtude,assim,jamais concebida...


Enlevo de criança,flutuante bolha d’espuma...
Bem aventurado,então,este que ,deveras,sorri,
Contempla,absorto, graciosa dança duma pluma,
Reacendo vivido tempo, fugidia memória de Ti!