Travessia IV

Meu velho amigo

Parece dizer adeus.

Andar claudicante

Olhar distante.

Lá esta ele sob a palmeira,

silencioso e tranquilo,

Como uma esfinge.

Sem drama,

sem lamento.

Parece apenas contemplar.

Outros caminhos o convidam.

Como não lembrar dos poemas

de Hesse sobre o ocaso da vida;

E exclamar:

Ah! Então é isso!

É como o dia que desliza

e desvanece na boca da noite;

Um verão que se despede.

Meu amigo,

silenciosamente me ensina

a arte passar.