MELANCOLIA:
Um dia sem sol, as nuvens passam vagarosas,
Uma fina nevoa envolve tudo,
O cinza das cores que vejo, ferem M’alma,
O gotejar no peitoril da janela entreaberta é monótono e triste,
Meu pensamento vaga sem rumo definido,
As lembranças se embaralham na mente confusa,
Hoje estou nostálgico,
Porque sim, respondo a Mim mesmo,
O retrato de Aurora parece sorrir desdenhosamente,
A tinta velha e descascada na parede do pequeno quarto emite imagens fantasmagóricas,
Estou tremulo, será que é o frio, não! Meus nervos me traem,
A senhora de preto me espreita,
Seu olhar penetrante parece chamar-me,
Delírio? Febre? Que acontece?
Aos poucos tudo se desfaz, o silencio me envolve,
Volto a dormir e sonho,
Uma luz brilha ao longe,
A mulher de preto, agora envolta em vestes coloridas corre pelas pradarias cobertas de sempre vivas que faíscam a luz do sol,
Tento alcança-la, não consigo,
Avisto ao longe a figueira frondosa e acolhedora de outros tempos que a fantasia criara,
Ali naquele lugar por fim descanso e encontro a paz que buscava,
A melancolia passou,
Durmo tranquilo, agora com a certeza que amanhã haverá sol,
Pássaros estarão a cantar, flores abriram suas pétalas,
E a vida continuara seu rumo,
Num constante, passar e passar dos tempos,
Horas alegres,
Horas melancólicos,
Num incessante renovar,
Porque assim deve ser,
Sem grandes explicações,
Simplesmente,
Porque sim.
Valmirolino.
 
valmirolino
Enviado por valmirolino em 21/10/2013
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