Remoida azia

Remoída azia

Olho à volta e nada vejo

Além do lampejo

De medos

Desajeitados,

Mancebos,

De sorrisos

Deturpados

De que não preciso

E que se pretendem cativantes,

Em trejeitos

De largos efeitos, que cansam os expectantes

Atordoados ante suas poses e seus efeitos

De vaidades mal refinadas,

Ao que percebo

Que a folha seca

Tem muito mais a oferecer

Que a alma estreita

A tecer o vazio, à espreita

E, iniquidades

De um fraco feito forte e, ao mal indiferente, ante suas possibilidades...

Guerreio contra

O que parece que em algo me encontra,

O perverso trio,

Na verdade a dor da inconformidade, o frio...

Ante a insistente mentira,

Hipocrisia e megalomania,...

O mundo gira

E ,essa fantasia de loucos pretendendo ser deuses ,me aumenta a azia.

Carlos Munindra

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