ENTRE OS VERMES, O HOMEM

Não se pode comparar

O homem sequer ao verme

O ser no seu degradar

Só a si mesmo se serve

Entre o homem e o verme

Há semelhança animal

Um que sabe e escreve

Outrem, ir-racional

Às coisas da natureza

Inexistem a difama

O homem é pura crueza

Se finda: escória e lama

Ó, natureza cruel

É a da humanidade

Morte lhe parece mel

Desde a primitividade

Mesmo abaixo de mim

Parecendo sem valor

O verme espera o meu fim

Do crápula ao doutor

Dizem que o animal

É um bicho inferior

Homem é universal

Até no seu desamor

Os vermes sempre são vermes

O homem sempre é homem

Mas estes tiranos germes

Todos os vermes os comem.