Deleite perene

Ah poesia querida, não quero o efêmero do prazer!

Quero embeber o meu espírito no que chamo de deleite – para o poeta – a excelsitude!

Quero ter uma postura, uma atitude, que fale aos anjos – em sua linguagem!

Quero um refocilo em uma paragem – em algum recanto – num clima aprazível de altitude!

Ah poesia querida, não quero o efêmero do prazer!

Para quando a dor me acometer tenha o lenitivo de um acalanto!

Dá-me a branda luz de um méleo canto – para que, embevecido, possa então sonhar!

Dá-me a paz de um meigo olhar, mavioso e doce, para exaurir da face dolência ou pranto!

Ah poesia querida, não quero o efêmero do prazer!

Quero que somente, ao entardecer, tenha o ósculo da brandura!

Tenha de um anjo, lá da altura, um estreitar, um seu afago!

Quero haurir em nímio trago a capitosidade de sua ternura!

Valdecir de Oliveira Anselmo
Enviado por Valdecir de Oliveira Anselmo em 10/01/2011
Código do texto: T2720808
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